A noite de sexta-feira do Mozambique Fashion Week foi marcada por dois momentos. O primeiro foi a homenagem a Nico, o responsável pelo fogo de artifício, que falecera na noite anterior. A segunda foi o desfile do português José António Tenente, geométrico, provocante e completamente diferente da outras propostas.
Na noite em que os estilistas einternacionais se apresentaram na passerelle, nomes como Nuno Vidigal, Sara Oriani e Gabriel Uzimano foram algumas das marcas que não quiseram faltar.
Mais uma vez, o Centro de Conferências Joaquim Chissano substituiu o Polana como cenário da festa, e com razão, já que, às 22 horas, começou a chover em Maputo. Depois do desfile de biquinis Borda d´Água, que também abriu o evento na sexta-feira, dia 2, apareceram as peças de Sara Oriani, italiana de gosto e de naturalidade. As peças eram em tons de beje, preto e branco, com debruados e colagens.
O português Nuno Vidigal entrou com vestidos de noite, com debruados brilhantes, em tons de rosa, azul e amarelo, e uma mistura de tecidos. O seu vestido de noiva levantou aplausos da plateia, com um espartilho e uma saia rodada de toile.
Gabriel Uzimano apresentou uma colecção pequena, mas interessante, com várias sobreposições de peças, em tons escuros. Seguiu-se a RMI Moda Itália que causou algum rebuliço na plateia com peças de lingerie ousadas, mas delicadas. Quando a famosa modelo moçambicana Percina entrou em palco de lingerie, os olhos dos homens pousaram em tudo, menos na peça. Mas o mesmo aconteceu quando os modelos masculinos passavam entre as mulheres que assistiam aos desfiles.
Tenente chegou com outro conceito de moda, mais moderno, geométrico, prático, com roupas 'prêt à porter' de uma mulher que gosta de si própria e que gosta de se vestir bem. Não eram roupas para ir à praia, nem para uma churrascada de final de roupa. Mas assentavam na perfeição na mulher que trabalha de manhã, tem um almoço de negócios e acaba o dia num cocktail. Peças discretas, mas ao mesmo tempo com toque de originalidade e assimetria que mostravam que era preciso ter personalidade para usar aquela roupa.
José António Tenente, pela primeira vez em Moçambique, entrou e saiu do palco rodeado de aplausos.